"Atento aos Sinais". Esse é o nome do último disco, que dá nome ao mais recente espetáculo apresentado por Ney Matogrosso.
"Ney Matogrosso". Verbete encontrado em alguns dicionário de música brasileira. Mas o artista transcende o verbete. O artista não cabe na palavra, por mais adjetivos que possamos usar para descrevê-lo; o artista está além. E aqui não me prendo muito. Quem sente essa entidade viva da música brasileira sabe do que estou falando. Eu senti. Eu presenciei.
Ney Matogrosso é passe que se toma para se purificar: um passe sonoro, visual; de qualquer forma, atinge a alma, o espírito, a mente, o coração: tudo melhora! E ontem (25/10/2014) melhorei. Quem assiste àquele homem (que idade ele tem mesmo? Não importa) rebolando no palco, soltando agudos maravilhosos, tirando a roupa, cantando majestosamente, muda, nem que seja um pouquinho, o jeito de ver o mundo, o jeito de ouvir música...
"Atento aos Sinais" trouxe, basicamente, o repertório do último disco, músicas que provam a versatilidade do artista, que vai da agitada "Rua de Passagem" (que abre o espetáculo), seguida por "Incêndio", até "Noite Torta" e "Ilusão da Casa". A terceira canção executada, que colocou a plateia (que parecia não muito familiarizada com o repertório, fato que não impediu que fizessem coro e aplaudissem fortemente o artista) para cantar, foi a clássica "Vida, Louca Vida", sucesso na interpretação de Cazuza (referência que não poderia faltar no show).
Vem o bis, depois de aplausos efusivos para este gênio da música brasileira e mundial. Na sequência, a romântica "Poema", também de Cazuza, e o animadíssimo samba "Ex-Amor", de Martinho da Vila, que Ney cantou com uma rosa que alguém da plateia lhe entregou atrás da orelha. Finalizou com o clássico "Amor", da época de Secos & Molhados.
Vê-se a aprovação do show pela reação do público. Muitos aplausos, muitos comentários de "que show maravilhoso", "adorei!".
Foi realmente inesquecível. Ney é um artista completo. Vida longa a ele!