domingo, 15 de junho de 2014

Os Mutantes em Curitiba

Rita se aposentou; Arnaldo continua com o belíssimo espetáculo "Sarau o Benedito"; Sérgio prossegue levando o nome d'Os Mutantes aos mais diversos cantos do mundo. O legado dessa banda é incomensurável, a sua importância para o cenário musical brasileiro é impossível de ser medida: Os Mutantes são a história. E Sérgio Dias é a personificação dessa história. Não cabe a mim rebater as críticas desmedidas feitas à banda - críticas similares foram feitas no início da carreira deles, nos anos 1966-67, e se mostraram (histórica e realmente) infundadas.
     O que eu tenho a dizer sobre os atuais mutantes é o seguinte: maravilhosos! coesos! perfeitos! São algo inexplicável: não são revival, não são presos aos antigos (apesar grande parte do show se pautar naquelas canções, mas com uma roupagem diferente). Os Mutantes têm vida própria, que transcende o tempo e o espaço. Os Mutantes são DEMAIS!
     A abertura do show ficou por conta da banda curitibana Gregos & Troianos, de performance cativante, eletrizante, rockeira à milésima potência (inclusive colocando uma moto no palco). Conduziram muito bem seu momento, que teve dois ápices: o primeiro, em que dividiram o palco com o Patrulha do Espaço, Rolando Castello Júnior; o segundo, em que o mutante Sérgio Dias canta com eles "O Contrário de Nada é Nada". Fim do primeiro ato.
     As luzes se apagam. Os corações batem mais forte. Surge Sérgio Dias, surge o maior guitarrista do Brasil, surge uma das lendas do rock nacional. Sérgio e Esmeria Bulgari iniciam com "Vida de Cachorro" e já parte pra "Fuga nº2". O restante da banda chega e o show começa: "Tecnicolor", "Batmacumba" (com incrível solo do nosso virtuose), "Jardim Elétrico", "Virgínia". Em "A Minha Menina", a plateia, que já estava entusiasmada ficou ainda mais elétrica quando foi convidada para ficar em pé, dança, se mexer (cena que se repetiu em "El Justiciero", em que a presidenta Dilma fez parte da letra).
     O show segue com músicas (3) do novo disco da banda, ainda não lançado no Brasil, o Full Metal Jack. Após, disparam com "Cantor de Mambo", "Top Top", "Ando Meio Desligado", que, a partir de um solo maravilhoso, cativante de Sérgio, emenda com "A Hora e a Vez do Cabelo Crescer". Fim do segundo ato. Vem o bis.
     No bis, a emoção corre solta; a plateia participa mais do que nunca, vai pra frente do palco, dança, se entrega. "Balado do Louco" arranca lágrimas, gritos, suspiros, emoções das mais distintas naturezas afloram: o momento é único e inesquecível. Após, e não poderia ser diferente, "Panis et Circencis" encerra o show, de forma competentíssima e histórica. Todos agradecem, Sérgio joga a palheta, passa a mão pelos que estão na frente do palco (inclusive eu), esquece uma metade e volta, passando a mão por eles. Atendem várias pessoas no camarim.
     Sim, Os Mutantes são demais!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Folha cai

Cai
A folha cai
A folha cai na folha
Não cai na folha a folha
Cai na folha e não cai
E se cai na folha
A folha molha
Se não cai
Vai.