sábado, 26 de julho de 2014

Caetano Veloso em Curitiba

   É inegável que Caetano Veloso é um dos mais influentes músicos brasileiros, reconhecido internacionalmente, e nacionalmente, figura entre os grandes músicos (ao lado de Chico Buarque, Tom Jobim e João Gilberto). Atravessa décadas e gerações com sua música, que cria tendências, ao mesmo tempo que resgata o cancioneiro de outras épocas. Foi assim no Tropicalismo, com "Alegria, Alegria", "É Proibido Proibir", "Divino, Maravilhoso", "Baby", "Panis et Circensis". Foi assim nos anos 70, em Londres, com "It's A Long Way", "London, London", "Triste Bahia", "Maria Bethania". Foi assim nos anos 70, no Brasil, com clássicos eternos (para mencionar três: "Sampa", "Qualquer Coisa" e "Cinema Transcendental". E o sucesso, a junção entre o popular e o erudito, continuou e continua até hoje. Abraçaço, que dá nome à turnê apresentada, é Caetano do início ao fim, disco moderno, com funk, rap, samba: tudo do melhor.
    E o show "Abraçaço" não poderia ser diferente: a maravilha sonora e visual que em raríssimos momentos pode ser encontrada. Algo histórico do início ao fim. Algo inesquecível (e para refrescar o que não se pode esquecer aqui escrevo). Quem esteve lá diz que foi especial, indescritível: e foi! Caetano-mágico-poeta-criador de sonhos.
     No setlist, clássicos de ontem e de hoje. As do mais recente disco, "Abraçaço", e outras, "Triste Bahia" (1972), "Alguém Cantando" (1978), "Coração Vagabundo" (1967), "Odeio" (2005), "Reconvexo", "De Noite Na Cama" (1970) e fechando a primeira parte com "Você Não Entende Nada" (1971). No bis, as inesperadas "Força Estranha", "Nine Out of Ten" "A Luz de Tieta" (que fechou o show, com o coro animadíssimo da plateia).
    A jovem banda Cê, que o acompanhou nos três últimos discos (Cê, Zii e Zie, Abraçaço), composta por Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes, Marcelo Callado), realçou ainda mais o show, modernizou a atmosfera. Afinadíssimos!
     Fica aqui a recordação de uma quase foto com Caetano, frustração pra vida toda, por ora. E fica a dica: curta Caetano, coma-o, devore-o. É delicioso!