terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Imediato

Imediato.
Não há tempo para o poema.
Não há tempo para a família.
Não há tempo para os amigos.
Não há tempo para a felicidade.
Não há tempo para nada
que não seja ver o tempo passar.
 O tempo do dia acabou no tempo da hora
que acabou no tempo do minuto que se finda em segundo.
Não há ponto nem virgula
espaços separam palavras e a respiração sôfrega dita o ritmo da leitura
da vida
do tempo
Não há vida nem tempo. Não há eu nem você.
Preciso parar e voltar a trabalhar.
e se me tomam o emprego?
e se me reduzem salário?
e se me tornam ordinário?
e se me vendem por pouco?
e se me titulam de louco?
e se meu grito for rouco?
E o medo de hiato?

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